terça-feira, 9 de novembro de 2010

Para o incansável menino de alma grande que faz da escrita sua forma de estar no mundo (que Tao sempre o proteja com as mais belas orações poéticas)

poderia (ele) escrever sobre os franceses
[deleuze, blanchot, proust],
mas também sobre os trópicos e seus signos malditos
[de câncer e de capricórnio].
pensando bem, poderia escrever sobre
música e dela compor literatura.
poderia escrever sobre práxis psicológicas,
sobre intervenções sociais,
sobre redes de conhecimento,
sobre análise de currículo,
sobre teses e mais teses, de como
viajando se faz uma tese
[paris, turim, três de maio, são leopoldo,
porto alegre, cidade baixa, faced, redenção].
mas não,
preferiu, junto ao carrancudo-niilista-alemão,
dono de um bigode para gaúcho nenhum botar defeito,
escrever com - e não sobre - aquilo que mais lhe dá
prazer:
a(s) Vida(s), de preferência as do fora.

[de fora (eu) sigo admirando-(o)].