sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Vai passar (?)
Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada 'impulso vital'. Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como 'estou contente outra vez.'
sábado, 28 de novembro de 2009
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Naturaleza sangra
Y dale alegría, alegría a mi corazon
Es lo único que te pido al menos hoy
Y dale alegría, alegría a mi corazon
Afuera se irán la pena y el dolor
Y ya veras, las sombras que aquí estuvieron no estarán
Y ya, ya veras, bebamos y emborrachemos la ciudad
Y dale alegría, alegría a mi corazon
Es lo único que te pido al menos hoy
Y dale alegría, alegría a mi corazon
Y que se enciendan las luces de este amor
Y ya veras, como se transforma el aire del lugar
Y ya veras, que no necesitaremos nada mas
Y dale alegría, alegría a mi corazon
Que ayer no tuve un buen día, por favor
Y dale alegría, alegría a mi corazon
Que si me das alegría estoy mejor
Y ya veras, las sombras que aquí estuvieron no estarán
Y ya veras, que no necesitaremos nada mas
Y dale alegría, alegría a mi corazon
Es lo único que te pido al menos hoy
Y dale alegría, alegría a mi corazon
Afuera se irán la pena y el dolor
Y dale alegría, alegría a mi corazon
Y dale alegría, alegría a mi corazon (nena)
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Da importância de se ter um irmão (outra pra você, Lu)
deixa eu te dizer que você cresceu em mim
dum jeito completamente insuspeitado,
assim como você fosse apenas uma semente
e eu plantasse você esperando ver nascer
uma plantinha qualquer, pequena, rala,
uma avenca, talvez samambaia, no máximo
uma roseira, é, não estou sendo agressivo não,
esperava de você apenas coisas assim, avenca,
samambaia, roseira, mas nunca, em nenhum momento
essa coisa enorme que me obrigou a abrir todas
as janelas, e depois as portas, e pouco a pouco
derrubar todas as paredes e arrancar o telhado
para que você crescesse livremente [...]
dum jeito completamente insuspeitado,
assim como você fosse apenas uma semente
e eu plantasse você esperando ver nascer
uma plantinha qualquer, pequena, rala,
uma avenca, talvez samambaia, no máximo
uma roseira, é, não estou sendo agressivo não,
esperava de você apenas coisas assim, avenca,
samambaia, roseira, mas nunca, em nenhum momento
essa coisa enorme que me obrigou a abrir todas
as janelas, e depois as portas, e pouco a pouco
derrubar todas as paredes e arrancar o telhado
para que você crescesse livremente [...]
domingo, 8 de novembro de 2009
Feliz aniversário, Lu!
Que os ventos gauleses o tragam o mais rápido possível de volta
(quanta falta ele nos faz).
(quanta falta ele nos faz).
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Preferências
Prefere ficar assim, vendo-a passar ao longe, com seu sorriso estampado em um rosto de feições simplesmente delicadas, com seus cabelos a roçar levemente seus ombros e dorso herculanamente bem torneados.
Prefere ficar assim, sentindo seu cheiro a deslizar por entre seu belo corpo, envolto em uma pele visceralmente macia.
Prefere ficar assim, admirando-a em seus movimentos minuciosamente bem articulados, em coxas perdidamente delineadas.
Prefere ficar assim, atento a sua desenvoltura intelectualmente excitante, a sua inteligência mortalmente petrificante.
Prefere ficar assim, afastado de sua boca extremamente dilacerante, proferidora de palavras potencialmente devastadoras.
Prefere ficar assim, distante dessa paixão que lhe consome, na espera de um leve aceno de mãos, precedido de um longo e doloroso adeus.
Assim prefere.
Prefere ficar assim, sentindo seu cheiro a deslizar por entre seu belo corpo, envolto em uma pele visceralmente macia.
Prefere ficar assim, admirando-a em seus movimentos minuciosamente bem articulados, em coxas perdidamente delineadas.
Prefere ficar assim, atento a sua desenvoltura intelectualmente excitante, a sua inteligência mortalmente petrificante.
Prefere ficar assim, afastado de sua boca extremamente dilacerante, proferidora de palavras potencialmente devastadoras.
Prefere ficar assim, distante dessa paixão que lhe consome, na espera de um leve aceno de mãos, precedido de um longo e doloroso adeus.
Assim prefere.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Hoje a tristeza não é passageira
Hoje fiquei com febre a tarde inteira
E quando chegar a noite
Cada estrela parecerá uma lágrima
Queria ser como os outros
E rir das desgraças da vida
Ou fingir estar sempre bem
Ver a leveza das coisas com humor
Mas não me diga isso
É só hoje e isso passa
Só me deixe aqui quieto
Isso passa
Amanhã é um outro dia não é
Eu nem sei por que me sinto assim
Vem de repente, um anjo triste perto de mim
E essa febre que não passa
E meu sorriso sem graça
Não me dê atenção
Mas obrigado por pensar em mim.
Hoje fiquei com febre a tarde inteira
E quando chegar a noite
Cada estrela parecerá uma lágrima
Queria ser como os outros
E rir das desgraças da vida
Ou fingir estar sempre bem
Ver a leveza das coisas com humor
Mas não me diga isso
É só hoje e isso passa
Só me deixe aqui quieto
Isso passa
Amanhã é um outro dia não é
Eu nem sei por que me sinto assim
Vem de repente, um anjo triste perto de mim
E essa febre que não passa
E meu sorriso sem graça
Não me dê atenção
Mas obrigado por pensar em mim.
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
terça-feira, 1 de setembro de 2009
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
O amor, sempre ele
Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Subentendido
Como uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor obrigação de acontecer
Eu acho tão bonito isso
De ser abstrato baby
A beleza é mesmo tão fugaz
É uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor pretensão de acontecer
Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então,
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer
Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber
Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Subentendido
Como uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor obrigação de acontecer
Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então,
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer
Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
E eu vou sobreviver...
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Subentendido
Como uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor obrigação de acontecer
Eu acho tão bonito isso
De ser abstrato baby
A beleza é mesmo tão fugaz
É uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor pretensão de acontecer
Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então,
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer
Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber
Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Subentendido
Como uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor obrigação de acontecer
Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então,
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer
Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
E eu vou sobreviver...
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Juanito das Galáxias
O sol é mais quente que o planeta Netuno?
O que é mais gelado do que o planeta Plutão?
O que é mais gelado do que o planeta Plutão?
domingo, 23 de agosto de 2009
Sutilidade (clichê) dominical
"enquanto a vida vai e vem
você procura achar alguém
que um dia possa lhe dizer:
- quero ficar só com você."
você procura achar alguém
que um dia possa lhe dizer:
- quero ficar só com você."
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Segundo semestre
Roubo de celular na sétima série.
Gravidez no terceiro ano.
Aluna sendo castigada pela mãe com pimenta na boca e nos olhos.
Conselho Tutelar acionado para conter pai violento que bate de espeto em filho.
Aluno tendo surto psicótico em sala de aula.
(e no meio de tudo isso uma dissertação que não sai do plano da imaginação).
Gravidez no terceiro ano.
Aluna sendo castigada pela mãe com pimenta na boca e nos olhos.
Conselho Tutelar acionado para conter pai violento que bate de espeto em filho.
Aluno tendo surto psicótico em sala de aula.
(e no meio de tudo isso uma dissertação que não sai do plano da imaginação).
sábado, 15 de agosto de 2009
Retorno de Saturno
para os dias cinzentos, um sorriso lilás;
para as indiferenças do cotidiano, os braços sempre em prontidão;
para as limitações humanas, uma ilimitada escuta;
para as dores da alma, palavras balsâmicas;
para os dias velozes, uma pausa suave e necessária;
para a ingratidão, um olhar forte e seguro;
para as distâncias, uma lembrança (sempre) afetuosa;
para o que não cessa de doer, um olhar indescritivelmente azul.
#para a garota de sorriso lilás, de braços sempre abertos a escutar e a expressar palavras de sabor de bálsamo, que faz do tempo um outro espaço e das distânicas, olhares azuis de afeto.
para as indiferenças do cotidiano, os braços sempre em prontidão;
para as limitações humanas, uma ilimitada escuta;
para as dores da alma, palavras balsâmicas;
para os dias velozes, uma pausa suave e necessária;
para a ingratidão, um olhar forte e seguro;
para as distâncias, uma lembrança (sempre) afetuosa;
para o que não cessa de doer, um olhar indescritivelmente azul.
#para a garota de sorriso lilás, de braços sempre abertos a escutar e a expressar palavras de sabor de bálsamo, que faz do tempo um outro espaço e das distânicas, olhares azuis de afeto.
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Fins de inverno
"Depois de te perder,
Te encontro, com certeza,
Talvez num tempo da delicadeza,
Onde não diremos nada;
Nada aconteceu.
Apenas seguirei
Como encantado ao lado teu".
Te encontro, com certeza,
Talvez num tempo da delicadeza,
Onde não diremos nada;
Nada aconteceu.
Apenas seguirei
Como encantado ao lado teu".
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
sábado, 1 de agosto de 2009
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Das presenças (ou das ausências)
Nunca esteve tão ausente
você assim.
Nunca esteve tão presente
o que você fez em mim.
você assim.
Nunca esteve tão presente
o que você fez em mim.
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Só pra constar:
Da frieza do hemisfério sul
ao calor humano do hemisfério norte:
parcerias são sempre parcerias, independente dos territórios geográficos ocupados.
ao calor humano do hemisfério norte:
parcerias são sempre parcerias, independente dos territórios geográficos ocupados.
Carta para um fazedor de castelos
Caro D.,
É estranho e, ao mesmo tempo repulsivo, como as pessoas são tratados em determinadas instituições.
Fazem-nos acreditar que, apesar de tudo e de todas as dificuldades institucionais, ainda vale a pena investir e sonhar em - no nosso caso - aulas diferenciadas, projetos inovadores e mais um monte de blábláblás.
Preocupam-se com uso disso e daquilo, mas não se preocupam com os "nossos possíveis usos": horas a mais de trabalho, preocupações infindáveis com os alunos, contribuições para um sistema educacional mais criativo, etc.
Por vezes, abarcamos tudo, até o que não nos é devido, para, em seguida, colocarmo-nos como mais uma vítima do sistema burocrático e institucional.
"Fizemos tudo o que foi possível", dizem-nos. será?
Desfazem nossos sonhos e projetos com a mesma facilidade que o mar desfaz os castelos de areia produzidos à beira-mar.
[e somente nós sabemos das dificuldades e arguras, e dos momentos tensos que tivemos para construírmos nossas "fortalezas de areia"].
Ingênuos? não sei. talvez inocentes; soa mais justo.
A inocência vem da criança, ser que ainda acredita num mundo mais digno e, talvez por isso, ainda insista em fabricar seus castelos na beira do mar, mesmo sabendo que a qualquer instante, conforme a força das ondas, será inevitável mantê-los [os castelos] em pé.
O mar até pode destruí-los, transformá-los em apenas mais outros tantos milhares de grãos de areia; entretanto, o mar jamais conseguirá fazer cessar, estancar, proibir, violentar o processo criativo, visceral e avassalador que é o de tornar a fazer castelos [agora, em outros mares, com os devidos cuidados para que ainda se mantenham com os registros de nossas potencialidades].
Espero que, apesar de tudo, ainda prossigas construindo tuas moradas pelas orlas marítimas. Podes ficar tranquilo, pois teus alunos, no que pese o pouco tempo de contato, sabem muito bem de ti, do teu empenho, carinho, ética e vontade em sala de aula. Afectados por ti foram; tua diferença ficou marcada em cada um deles [e em muitos de nós também].
Fique bem, amigo, porque castelos tu fazes como poucos ainda os sabem fazer.
É estranho e, ao mesmo tempo repulsivo, como as pessoas são tratados em determinadas instituições.
Fazem-nos acreditar que, apesar de tudo e de todas as dificuldades institucionais, ainda vale a pena investir e sonhar em - no nosso caso - aulas diferenciadas, projetos inovadores e mais um monte de blábláblás.
Preocupam-se com uso disso e daquilo, mas não se preocupam com os "nossos possíveis usos": horas a mais de trabalho, preocupações infindáveis com os alunos, contribuições para um sistema educacional mais criativo, etc.
Por vezes, abarcamos tudo, até o que não nos é devido, para, em seguida, colocarmo-nos como mais uma vítima do sistema burocrático e institucional.
"Fizemos tudo o que foi possível", dizem-nos. será?
Desfazem nossos sonhos e projetos com a mesma facilidade que o mar desfaz os castelos de areia produzidos à beira-mar.
[e somente nós sabemos das dificuldades e arguras, e dos momentos tensos que tivemos para construírmos nossas "fortalezas de areia"].
Ingênuos? não sei. talvez inocentes; soa mais justo.
A inocência vem da criança, ser que ainda acredita num mundo mais digno e, talvez por isso, ainda insista em fabricar seus castelos na beira do mar, mesmo sabendo que a qualquer instante, conforme a força das ondas, será inevitável mantê-los [os castelos] em pé.
O mar até pode destruí-los, transformá-los em apenas mais outros tantos milhares de grãos de areia; entretanto, o mar jamais conseguirá fazer cessar, estancar, proibir, violentar o processo criativo, visceral e avassalador que é o de tornar a fazer castelos [agora, em outros mares, com os devidos cuidados para que ainda se mantenham com os registros de nossas potencialidades].
Espero que, apesar de tudo, ainda prossigas construindo tuas moradas pelas orlas marítimas. Podes ficar tranquilo, pois teus alunos, no que pese o pouco tempo de contato, sabem muito bem de ti, do teu empenho, carinho, ética e vontade em sala de aula. Afectados por ti foram; tua diferença ficou marcada em cada um deles [e em muitos de nós também].
Fique bem, amigo, porque castelos tu fazes como poucos ainda os sabem fazer.
segunda-feira, 13 de julho de 2009
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Aos 34 (para, sereno, partir)
da vida, somente o necessário:
o doce sorriso de "juanito",
o pacto do pra sempre de meus "dois amáveis quase-franceses",
o "o(paco)" e adorável brilho do eterno menino,
a bandeira (velha e suja)de "três cores",
as "terças" e seus protagonistas insanos,
os inesquecíveis "olhos azuis",
a "estrela imperceptível" a me guiar.
de necessário, somente essas vidas.
o doce sorriso de "juanito",
o pacto do pra sempre de meus "dois amáveis quase-franceses",
o "o(paco)" e adorável brilho do eterno menino,
a bandeira (velha e suja)de "três cores",
as "terças" e seus protagonistas insanos,
os inesquecíveis "olhos azuis",
a "estrela imperceptível" a me guiar.
de necessário, somente essas vidas.
terça-feira, 9 de junho de 2009
quinta-feira, 28 de maio de 2009
May em blanco y negro [ler ao som de "dos colores", Jorge Drexler]
das tantas cores, o branco e o preto:
a neve e o carvão,
a folha e o grafite.
na pele clara, estampas de uma existência,
de quem colhe aquosidades em vivências.
de suas lentes (re)significa vidas,
de sua escrita, sentidos,
de sua melancolia, arte.
ao seu lado, sinto-me aquarelado, traçado por galáxias, entrelaçado por estrelas.
potência cintilante de quem concentra a vida numa caixinha de lápis de cor
branco e preto.
a neve e o carvão,
a folha e o grafite.
na pele clara, estampas de uma existência,
de quem colhe aquosidades em vivências.
de suas lentes (re)significa vidas,
de sua escrita, sentidos,
de sua melancolia, arte.
ao seu lado, sinto-me aquarelado, traçado por galáxias, entrelaçado por estrelas.
potência cintilante de quem concentra a vida numa caixinha de lápis de cor
branco e preto.
quarta-feira, 27 de maio de 2009
quinta-feira, 21 de maio de 2009
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Para dias melhores
"tenho passado por dias difíceis. dias que nem mesmo em terapia consigo dissipá-los de meus pensamentos.
sinto-me cambaleante em tudo aquilo que tento fazer.
tenho a nítida sensação de que, a cada dia que passa, estou "indo embora" um pouco mais.
não sei do quê e muito menos de onde, mas estou "indo embora".
não quero, de forma alguma, importunar-lhe com esse meu desabafo.
apenas senti a necessidade de falar sobre isto em outro contexto que não o psicoterapêutico.
não quero deixar-lhe angustiada (não pretendo que se preocupe comigo).
não sinta-se na obrigação ou necessidade de me responder.
encontro em ti um afecto (no sentido de atrito corporal) que me deixa (um pouco) em paz.
e só por isso é que te escrevo. apenas (e tudo) por isso.
quando tiveres a oportunidade de estar com o doce juanito, não deixe de mostrar-lhe a beleza da vida.
apresente-lhe porto alegre sob todos os ângulos possíveis, da redenção ao cais do porto; da cidade baixa à zona sul; do gazômetro ao parcão.
não o afaste dos livros (de forma alguma!),
das canções,
dos cinemas,
das peças teatrais,
e, se for do desejo dele, do olímpico também.
faço-o perceber a necessidade da arte em sua vida (assim como do ovo, do feijão e do brócoli).
ajude-o a criar, a sentir e a experimentar a vida em todas suas dimensões.
jamais deixe-o longe de seus sonhos; faça-o acreditar neles.
provoque-o, tensione-o, faça ele descobrir novas sensações, outas possibilidades.
não deixe-o ser tomado pela mesmice, pelo banal e trivial do cotidiano.
faça-o se interrogar mais, criticar mais, argumentar mais; não aceitar as coisas como prontas e irretocáveis.
mas, também, ensine-o a suportar nossas impotências e fraquezas.
(diga-lhe que precisamos conviver com elas).
ensine-o a sentir, mesmo que dolorosamente, a complexidade da vida; das possibilidades e impossibilidades do viver.
diga-lhe que falar, às vezes, é bom e alivia, assim como escrever; em outras, o melhor é calar.
mas, sobretudo e acima de tudo, ensine-o a ser doce e jamais a ser insensível.
sinto-me cambaleante em tudo aquilo que tento fazer.
tenho a nítida sensação de que, a cada dia que passa, estou "indo embora" um pouco mais.
não sei do quê e muito menos de onde, mas estou "indo embora".
não quero, de forma alguma, importunar-lhe com esse meu desabafo.
apenas senti a necessidade de falar sobre isto em outro contexto que não o psicoterapêutico.
não quero deixar-lhe angustiada (não pretendo que se preocupe comigo).
não sinta-se na obrigação ou necessidade de me responder.
encontro em ti um afecto (no sentido de atrito corporal) que me deixa (um pouco) em paz.
e só por isso é que te escrevo. apenas (e tudo) por isso.
quando tiveres a oportunidade de estar com o doce juanito, não deixe de mostrar-lhe a beleza da vida.
apresente-lhe porto alegre sob todos os ângulos possíveis, da redenção ao cais do porto; da cidade baixa à zona sul; do gazômetro ao parcão.
não o afaste dos livros (de forma alguma!),
das canções,
dos cinemas,
das peças teatrais,
e, se for do desejo dele, do olímpico também.
faço-o perceber a necessidade da arte em sua vida (assim como do ovo, do feijão e do brócoli).
ajude-o a criar, a sentir e a experimentar a vida em todas suas dimensões.
jamais deixe-o longe de seus sonhos; faça-o acreditar neles.
provoque-o, tensione-o, faça ele descobrir novas sensações, outas possibilidades.
não deixe-o ser tomado pela mesmice, pelo banal e trivial do cotidiano.
faça-o se interrogar mais, criticar mais, argumentar mais; não aceitar as coisas como prontas e irretocáveis.
mas, também, ensine-o a suportar nossas impotências e fraquezas.
(diga-lhe que precisamos conviver com elas).
ensine-o a sentir, mesmo que dolorosamente, a complexidade da vida; das possibilidades e impossibilidades do viver.
diga-lhe que falar, às vezes, é bom e alivia, assim como escrever; em outras, o melhor é calar.
mas, sobretudo e acima de tudo, ensine-o a ser doce e jamais a ser insensível.
sábado, 16 de maio de 2009
quinta-feira, 14 de maio de 2009
terça-feira, 12 de maio de 2009
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Os dragões não conhecem o paraíso (um pouco de Caio F., um pouco de F. Parise)
"Tenho um dragão que mora comigo. Não, isso não é verdade. Não tenho nenhum dragão. E, ainda que tivesse, ele não moraria comigo nem com ninguém. Para os dragões, nada mais inconcebível que dividir seu espaço - seja com outro dragão, seja com uma pessoa banal feito eu. Eles são solitários, os dragões. Quase tão solitários quanto eu, depois de sua partida. Digo quase porque, durante aquele tempo em que ele estava comigo, alimentei a ilusão de que meu isolamento para sempre tinha acabado. E digo ilusão porque, outro dia, numa dessas manhãs da ausência dele, pensei assim: os homens precisam da ilusão do amor da mesma forma que precisam da ilusão de Deus. Da ilusão do amor para não afundarem no poço terrível da solidão absoluta; da ilusão de Deus para não se perderem no caos da desordem sem nexo. Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim que seja doce. Quando há sol, e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo; repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante. Mas, se alguém me perguntasse o que deverá ser doce, talvez não saiba responder. Tudo é tão vago como se fosse nada. Essa imagem me veio hoje pela manhã quando abri a janela e vi que não suportaria passar mais um dia sem contar essa história de dragões. Gosto de dizer tenho um dragão que mora comigo, embora não seja verdade. Como eu dizia, um dragão jamais pertence e nem mora com alguém. Seja uma pessoa banal igual a mim, seja um unicórnio, salamandra, elfo, sereia ou ogro. Eles não dividem seus hábitos. Ninguém é capaz de compreender, por exemplo, que logo ao despertar (e isso pode acontecer em qualquer horário, já que o dia e a noite deles acontecem para dentro) sempre batem a cauda três vezes, como se estivessem furiosos, soltando fogo pelas ventas e carbonizando qualquer coisa próxima num raio de mais de cinco metros? Hoje, pondero: talvez seja a sua maneira desajeitada de dizer: que seja doce."
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Insights do cotidiano IV
Chegar a conclusão de que algumas pessoas são insubstituíveis e, por mais que tu tente, nada, tampouco ninguém, as trarão de volta.
Insights do cotidiano II
Dar-se conta de que o "Rio Vermelho" não passava de um puído tapete de plástico.
quinta-feira, 30 de abril de 2009
terça-feira, 21 de abril de 2009
Entre
O que lhe mantém é o entre. É neste intermezzo, entre ele e o outro, que ele ainda vive. O entre não é um espaço geográfico. Tampouco uma zona indefinida entre um ponto e outro. O entre é o espaço e a zona em si. É a criação, o movimento e o esquecimento.
É somente pelo entre que ele respira, aspira e conspira.
Ainda.
É somente pelo entre que ele respira, aspira e conspira.
Ainda.
segunda-feira, 30 de março de 2009
Canção para [tentar] viver mais
"e quando eu estiver triste
simplesmente me abrace
e quando eu estiver louco
subitamente se afaste
e quando eu estiver bobo
sutilmente disfarce
mas quando eu estiver morto
suplico que não me mate
dentro de ti".
simplesmente me abrace
e quando eu estiver louco
subitamente se afaste
e quando eu estiver bobo
sutilmente disfarce
mas quando eu estiver morto
suplico que não me mate
dentro de ti".
sexta-feira, 27 de março de 2009
Um P.S. para um PÉ Solar
quinta-feira, 12 de março de 2009
sábado, 28 de fevereiro de 2009
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Inverno
O que pode um corpo estirado na neve? A vida se desfazendo em pequenos flocos de neve na vidraça estilhaçada de um lugar qualquer.
A vida segue, alguns diriam, quente como uma lenha a crepitar suas brasas ardentes no aconchego da lareira.
Fogo que aquece. Neve que queima. O corpo na vidraça. A vida na lareira. Um sonho que se esvai feito grãos de areia.
A vida segue, alguns diriam, quente como uma lenha a crepitar suas brasas ardentes no aconchego da lareira.
Fogo que aquece. Neve que queima. O corpo na vidraça. A vida na lareira. Um sonho que se esvai feito grãos de areia.
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Um tolo amor (ira)do
"São tolices
O que penso sobre você...
Vivo sonhando
Imaginando você
Imagino pegadas
E as vou seguindo
É tolice eu sei
Você não sente os meus passos
Mas eu imagino
Mas eu imagino...
Um olá talvez
Mas pra mim de nada vale
Isto estragaria
O meu faz-de-conta..."
O que penso sobre você...
Vivo sonhando
Imaginando você
Imagino pegadas
E as vou seguindo
É tolice eu sei
Você não sente os meus passos
Mas eu imagino
Mas eu imagino...
Um olá talvez
Mas pra mim de nada vale
Isto estragaria
O meu faz-de-conta..."
Superficialidades (ira)das
"Superficial como um espinho
Me deixou aqui sozinho
Ferido no coração
E eu virei esta pequena ilha
Fechado em meus sentimentos
Calado
E tão só."
Me deixou aqui sozinho
Ferido no coração
E eu virei esta pequena ilha
Fechado em meus sentimentos
Calado
E tão só."
Questões (ira)das
"De onde você vem?
Quem vai te levar?
Quem te faz sorrir?
Quem te faz chorar?
Qual será seu nome?
Quantos seus amores?
Quais são suas cores?
Quais os seus desejos?
Quem são seus amigos?
Quais serão seus medos?
O que faz de dia?
O que faz de noite?
Você me faz imaginar...
Você ilumina todo o lugar
E eu quero paz."
Quem vai te levar?
Quem te faz sorrir?
Quem te faz chorar?
Qual será seu nome?
Quantos seus amores?
Quais são suas cores?
Quais os seus desejos?
Quem são seus amigos?
Quais serão seus medos?
O que faz de dia?
O que faz de noite?
Você me faz imaginar...
Você ilumina todo o lugar
E eu quero paz."
Precocidades (ira)das
"Quando seus amigos te surpreendem
Deixando a vida de repente
E não se quer acreditar
Mas essa vida é passageira
Chorar eu sei que é besteira
Mas meu amigo
Não dá pra segurar."
Deixando a vida de repente
E não se quer acreditar
Mas essa vida é passageira
Chorar eu sei que é besteira
Mas meu amigo
Não dá pra segurar."
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
Kilogramas
Tem vezes em que a vida parece desbotada, sem cor, esgotada em si mesma. O esforço é grande demais, nestas condições, de carregá-la, ou de suportá-la.
A vida, definitivamente, não deveria ser um fardo.
A vida, definitivamente, não deveria ser um fardo.
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
Check-in
Levem as roupas, os livros, os cachecóis. Não esqueçam dos discos, dos lápis e das canetas, pois hão de aquarelar muitos mundos pelas praças gaulesas. Não esqueçam dos sons, dos gritos e da algazarra das crianças soltas a brincarem no pátio. Tampouco deixem de levar os cuidados e lágrimas maternas, as orientações e conselhos paternos. Mas, sobretudo, não esqueçam de levar a saudade, a distância entre um abraço e outro, os suspiros nostálgicos e as coronárias despedaçadas pela breve [que assim seja] ausência de vocês.
domingo, 4 de janeiro de 2009
Primeira pessoa do plural
"Quando o choro finalmente chega,
descubro uma afirmação que estava indecisa em mim."
[Ela]
"Eu, hoje, respiro o mundo,
longe dessa cidade..."
[Ele]
"No choro afirmativo, o mundo a ser aspirado, longe daqui."
[Eu]
descubro uma afirmação que estava indecisa em mim."
[Ela]
"Eu, hoje, respiro o mundo,
longe dessa cidade..."
[Ele]
"No choro afirmativo, o mundo a ser aspirado, longe daqui."
[Eu]
Au revoir
Dos tantos adeus, este, duplo em sua existência, será um daqueles de difícil consumação. Talvez a lágrima escorrida seja mais fidedigna ao momento, se comparada ao movimento do braço em sua pífia tentativa de aceno.
sábado, 3 de janeiro de 2009
O fundo
A escuridão é o que menos assombra. Na pele, mais do que o cheiro incrustado, o frio gelado. O limo é denso, viscoso. Escorregadias são sua paredes, ásperas suas bordas. Sua umidade é verde-musgo. Uma vez dentro, difícil de sair. Acostumados ficamos com sua esfera pegajosa, seu lodo grudento, seu odor fétido. Pertence à ordem "das coisas que não têm depois."
Mais do mesmo
Lá estava ela. Sorridente, como jamais a tinha visto antes, deslizava por entre os presentes convidados. Provocante e sensual, flertava com todos, independente de sexo, raça ou crença. Esguia e intensa, convidava a todos a dançar conforme seu ritmo, pouco se importando com o que dela poderiam pensar ou falar.
Todos, sem exceção, gostariam de ardentemente naquela noite tê-la de qualquer maneira. Queriam poder ver realizados seus mais recônditos e lascivos desejos no doce envolvimento com ela. Mas como já sabiam que seria muito difícil conquistá-la naquela festa, preferiram, literalmente, saciar sua sede voluptosa e carnal em copos de diversas bebidas. Não que o acesso até ela fosse da ordem do impossível - era, ao contrário disso, de fácil acessibilidade. Ocorre que o brilho dos seus olhos, a tenrricidade de sua pele e a liberdade de seu corpo a tornavam única naquela noite, vivendo na eloquência do instante toda uma vida. O momento era dela, somente dela, e ninguém poderia apagar o intenso brilho que de suas entranhas radiavam.
Acontece que eu a queria. E ela ao notar minha ansiedade se fez fugaz. Foi então que diante de minha incredibilidade sôfrega, passou a zombar de mim. Eu, como ninguém mais ali, desejava arrancá-la daquela festa e num abraço único tomá-la em meus braços e apertá-la contra o meu amargurado peito e amá-la ardentemente como se não restasse mais nada a fazer nesta vida.
Ela, essa maldita menina libidinosa, foi quem, naquela noite, crivou meu caos, pincelou de lilás-alaranjado meu anêmico pôr-do-sol, pôs gérberas em meu vaso vazio, aquarelou meus cinzentos dias, despiu-me avassaladoramente de meus princípios e preceitos morais para, em seguida, dizer-me adeus.
Ela, por quem tantas vezes ardi de desejo, por quem tantas vezes perambulei noites sem dormir, por quem tantas vezes acordei de madrugada molhado de suor e de devaneios imensuráveis, por quem tantas vezes fez minha vida parecer interessante, enclasurou-se num álbum verde de formatura. E toda vez que consigo, dolorosamente, abrir este álbum verde sinto o seu cheiro e a nostálgica lembrança daquela noite, quando ela, a minha felicidade, beijou-me suavemente os lábios, tornando-me vivo com sua presença, antes de, para sempre, partir.
Todos, sem exceção, gostariam de ardentemente naquela noite tê-la de qualquer maneira. Queriam poder ver realizados seus mais recônditos e lascivos desejos no doce envolvimento com ela. Mas como já sabiam que seria muito difícil conquistá-la naquela festa, preferiram, literalmente, saciar sua sede voluptosa e carnal em copos de diversas bebidas. Não que o acesso até ela fosse da ordem do impossível - era, ao contrário disso, de fácil acessibilidade. Ocorre que o brilho dos seus olhos, a tenrricidade de sua pele e a liberdade de seu corpo a tornavam única naquela noite, vivendo na eloquência do instante toda uma vida. O momento era dela, somente dela, e ninguém poderia apagar o intenso brilho que de suas entranhas radiavam.
Acontece que eu a queria. E ela ao notar minha ansiedade se fez fugaz. Foi então que diante de minha incredibilidade sôfrega, passou a zombar de mim. Eu, como ninguém mais ali, desejava arrancá-la daquela festa e num abraço único tomá-la em meus braços e apertá-la contra o meu amargurado peito e amá-la ardentemente como se não restasse mais nada a fazer nesta vida.
Ela, essa maldita menina libidinosa, foi quem, naquela noite, crivou meu caos, pincelou de lilás-alaranjado meu anêmico pôr-do-sol, pôs gérberas em meu vaso vazio, aquarelou meus cinzentos dias, despiu-me avassaladoramente de meus princípios e preceitos morais para, em seguida, dizer-me adeus.
Ela, por quem tantas vezes ardi de desejo, por quem tantas vezes perambulei noites sem dormir, por quem tantas vezes acordei de madrugada molhado de suor e de devaneios imensuráveis, por quem tantas vezes fez minha vida parecer interessante, enclasurou-se num álbum verde de formatura. E toda vez que consigo, dolorosamente, abrir este álbum verde sinto o seu cheiro e a nostálgica lembrança daquela noite, quando ela, a minha felicidade, beijou-me suavemente os lábios, tornando-me vivo com sua presença, antes de, para sempre, partir.
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